EMMANUEL GOULART E A BELEZA DO NANISMO
O estilista conquistou 1º e 2º lugar no Prêmio Catarinense de Moda Inclusiva
Por: Vinícius Fascina
O catarinense Emmanuel Goulart, de 19 anos, decidiu seguir os caminhos da moda logo quando terminou o ensino médio, em 2014. Ele se matriculou em um curso técnico de Modelagem do Vestuário e mal sabia que essa escolha mudaria não só a sua vida, como também a de várias portadoras de nanismo.
O intuito do curso não era se especializar em moda inclusiva, mas foi nos primeiros semestres que os organizadores do Prêmio de Moda Inclusiva Catarinense visitaram à escola técnica de Goulart, para dar palestras sobre o assunto e mostrar esse novo mundo aos estudantes.
Goulart explica que o mundo inclusivo ainda não fazia parte de sua vida, por não estar presente nos seus meios de convivência, mas, que foi a partir das palestras que percebeu: tem muita gente que precisa dessa atenção especial.
Foto cedida por Emmanuel Goulart

Pensando nisso, o estilista participou pela primeira vez do Prêmio de Moda Inclusiva Catarinense e conquistou o segundo lugar mostrando a força da beleza de uma portadora de nanismo. O profissional de moda fez uma calça jeans para grávidas e blazers: “Nesse ano eu fiz uma coleção voltada principalmente às portadoras de nanismo. Fiz uma calça jeans que tem um cós de malha, que se assenta bem ao corpo – tanto de grávidas quanto para não grávidas – no modelo flare, que está bem na moda. E fiz também um blazer que é extremamente raro encontrarmos no mercado, só se mandar fazer mesmo”, explicou.
Com o 2º lugar, o estilista conta que juntou todas as suas forças para buscar o primeiro lugar. Para isso, desenvolveu uma coleção de três vestidos de noiva, também para portadoras de nanismo. “O diferencial dos meus vestidos é que todos eles contém recortes propositais com elásticos que se adaptam bem aos corpos de todas as portadoras de nanismo, que são vários formas de corpos diferentes. Com esses recortes os vestidos poderiam ir para uma loja de aluguel de noivas, por exemplo”, disse.

Foto cedida por Emmanuel Goulart
Para Goulart, participar dos concursos e se apaixonar pelo universo da moda inclusiva é “uma das melhores coisas” que já fez na vida. “Eu tive a oportunidade de presenciar momentos que nunca vou esquecer. Aprendi que a moda não é mais vaidade, aparência e estética. Eu aprendi que a moda pro deficiente significa incluí-lo na sociedade”.
O estilista aponta que, embora o mercado careça de mais profissionais com a mesma preocupação, a moda inclusiva se faz totalmente necessária. Os portadores de deficiência física raramente encontram peças que estão na moda, que são de fato bonitas, por isso “fazer algo para alguém que não é totalmente incluído na sociedade, é algo que precisa ser pensado e valorizado”, finaliza.
CONFIRA O PROJETO DO ESTILISTA:
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